domingo, 18 de abril de 2021

Deixa eu dizer o que penso dessa vida, preciso demais desabafar

Me sinto derretendo, de dentro pra fora, de pouco em pouco
Quanto tempo até não sobrar mais nada?
De todas as coisas que eu queria, minha única ilusão ainda é encontrar um pouco de paz
Todo o resto, nada disso, é pra mim
Nada disso é pra mim
Nada disso é pra mim...

Triste, insegura, quebrada, perdida... Um emaranhado de tudo de pior - tudo que sobrou
Um nada
Levaram embora até o que eu não tinha
Me convenci de que isso era o que eu merecia
Não mereço nada. Nem mesmo tudo isso.
Com oito bilhões de pessoas no mundo
Não consigo deixar de me perguntar
Porque?
Porque eu?

terça-feira, 3 de novembro de 2020

Aceitação é o primeiro passo

 Eu continuo repetindo isso pra mim mesma.
 É o que dizem.
 Parece verdade, tem ficado mais fácil desde então.
 Estou perdida, eu aceito.
 Estou quebrada, eu aceito.
 Estou com medo, eu aceito.

 Amanhã é um novo dia, mesmo que eu não queira.

terça-feira, 17 de março de 2020

A razão pela qual eu persisto é porque preciso que esse buraco desapareça


 Os anos passam e eu permaneço imóvel. Minha vida tem sido a mesma desde sempre. Minha solidão é antiga e permanente. Busco sem sucesso por um ninho onde eu não seja uma estranha. Esse foi o pesadelo do fim da minha infância, de toda a minha adolescência e continua sendo o pesadelo da minha vida adulta - como uma peça do quebra-cabeças que veio defeituosa: não encaixa, não pertence, não tem propósito. Eu nem saberia levar uma vida não-solitária: apesar do anseio por contato, por um elo, por um ombro, por intimidade ou por um refúgio além de mim mesma, eu continuo afastando as pessoas.
 Eu não quero mais resistir, eu não quero mais lutar. Eu quero me entregar a minha tristeza e ser devorada. Quero me deixar ir sem me preocupar com o retorno; ser arrastada pelas ondas até me desfazer como espuma no mar.